Vivemos em um mundo onde transformações políticas, tecnológicas e ambientais acontecem em velocidade acelerada. Segundo Bruno Garcia Redondo, crises econômicas, como recessões ou inflação alta, podem surgir de forma imprevisível, afetando diretamente empregos, rendas e investimentos. Nessas circunstâncias, o planejamento financeiro deixa de ser apenas uma boa prática e se torna uma necessidade.
Ter controle sobre suas finanças permite não apenas resistir a períodos turbulentos, mas também tomar decisões mais racionais e estratégicas. Um planejamento bem-feito é como um escudo contra o impacto de demissões repentinas, perda de poder de compra e outras incertezas externas. O primeiro passo para atravessar a tempestade é entender que estabilidade financeira se constrói antes da crise — e não durante ela.
Por que o fundo de emergência é a primeira linha de defesa?
O fundo de emergência é um dos pilares mais importantes do planejamento financeiro para momentos de incerteza. Trata-se de um valor reservado exclusivamente para cobrir imprevistos, como demissões, emergências médicas ou quedas abruptas de renda. A recomendação geral é acumular de 6 a 12 meses do seu custo de vida mensal. Esse montante deve ser aplicado em produtos de alta liquidez e baixo risco, como o Tesouro Selic ou contas remuneradas.

Assim, você garante acesso rápido ao dinheiro sem perdas significativas, destaca Bruno Garcia Redondo. Ter esse colchão financeiro é o que permite tomar decisões com calma: você não será forçado a vender investimentos no pior momento do mercado ou aceitar qualquer trabalho disponível por desespero.
Como a diversificação protege seu patrimônio?
Diversificar os investimentos é outra estratégia essencial para enfrentar cenários econômicos incertos. Colocar todo o seu dinheiro em um único ativo, setor ou país aumenta consideravelmente o risco de perdas em uma crise localizada. Por outro lado, distribuir seus recursos entre renda fixa, ações, fundos imobiliários, ouro, câmbio e até ativos internacionais pode suavizar o impacto de choques econômicos.
De acordo com Bruno Garcia Redondo, a ideia é simples: enquanto alguns ativos caem, outros tendem a se valorizar ou a manter-se estáveis. Além disso, diversificação não significa apenas variar produtos, mas também prazos e objetivos. Um portfólio bem balanceado proporciona resiliência financeira e aumenta as chances de preservar (ou até crescer) seu patrimônio em tempos difíceis.
Como ajustar o orçamento em momentos de crise?
O orçamento é uma ferramenta viva e deve ser constantemente ajustado, principalmente em momentos de instabilidade. Para Bruno Garcia Redondo, o ideal é mapear todos os gastos mensais e classificá-los entre essenciais e supérfluos. Em tempos difíceis, priorize alimentação, moradia, saúde e educação. É importante revisar contratos (como telefonia, streaming e seguros), renegociar dívidas se necessário e adotar um estilo de vida mais minimalista.
Bruno Garcia Redondo frisa que educação financeira é o alicerce de qualquer planejamento bem-sucedido. Entender conceitos como inflação, juros compostos, rentabilidade real e alavancagem permite tomar decisões mais informadas e conscientes. Isso evita armadilhas comuns, como investir por modismo ou gastar acima da capacidade real. Em momentos de crise, quem tem conhecimento está mais preparado para identificar oportunidades e evitar prejuízos.
Conclui-se assim que embora crises sejam desafiadoras, elas também abrem espaço para reflexão e crescimento. É nesses períodos que muitas pessoas reavaliam suas prioridades, descobrem novos talentos ou empreendem por necessidade — e acabam encontrando sucesso. Do ponto de vista financeiro, quedas nos preços de ativos podem representar boas oportunidades de investimento, desde que feitas com cautela e planejamento.
Autor: Anastasya Sokolova