Em Dourados, a 230 km de Campo Grande, golpistas clonaram uma conta de WhatsApp e simularam um sequestro para extorquir dinheiro de contatos da vítima. O caso, registrado na sexta-feira (25) na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), expõe a crescente onda de crimes cibernéticos na região. A vítima, uma mulher de 48 anos, relatou que os criminosos usaram sua conta para enviar mensagens convincentes, alegando um suposto sequestro. O golpe só foi descoberto após tentativas de contato com seus conhecidos. A polícia investiga o caso para identificar os responsáveis.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima percebeu o problema quando amigos e familiares começaram a questionar mensagens estranhas enviadas em seu nome. Os golpistas, após clonarem a conta, enviaram pedidos de dinheiro, afirmando que a mulher ou um parente estava em perigo. A tática de simular sequestros é comum em golpes de clonagem, explorando o desespero emocional dos contatos. A vítima informou à polícia que não houve transferências confirmadas, mas o trauma causado pelo incidente permanece. Casos semelhantes têm crescido em Mato Grosso do Sul.
A clonagem de contas de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, ocorre quando criminosos obtêm o código de verificação da vítima, geralmente por meio de ligações ou mensagens fraudulentas. No caso de Dourados, a vítima relatou ter recebido uma ligação suspeita antes de perder o acesso à conta. Os golpistas se passam por representantes de empresas ou instituições para enganar os usuários, solicitando códigos enviados por SMS. Uma vez com o código, eles ativam a conta em outro dispositivo e começam a aplicar golpes, como o falso sequestro.
A polícia alerta que a ativação da verificação em duas etapas é uma medida essencial para prevenir a clonagem de contas. Essa funcionalidade, disponível nas configurações do WhatsApp, exige um código adicional para acessar a conta, dificultando a ação dos criminosos. Além disso, a orientação é nunca compartilhar códigos de verificação, mesmo que a solicitação pareça vir de fontes confiáveis. Em Dourados, a vítima não havia ativado essa proteção, o que facilitou o golpe. A conscientização sobre segurança digital é crucial para evitar novas vítimas.
Outro ponto destacado pelas autoridades é a importância de desconfiar de mensagens que solicitam dinheiro com urgência. Os golpistas exploram a confiança dos contatos da vítima, enviando mensagens que imitam o tom de conversas habituais. No caso registrado, os criminosos usaram detalhes pessoais disponíveis na conta para tornar o golpe mais convincente. A polícia recomenda que, ao receber pedidos de dinheiro, os contatos confirmem a situação por outros meios, como uma ligação direta. Essa prática pode interromper a ação dos golpistas.
A investigação em Dourados está em andamento, com a polícia analisando registros telefônicos e possíveis rastros digitais deixados pelos criminosos. Casos de clonagem de WhatsApp têm se tornado frequentes em Mato Grosso do Sul, com relatos em cidades como Campo Grande e Três Lagoas. Em 2024, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) apontou o golpe de clonagem como um dos mais aplicados contra usuários de aplicativos de mensagens, reforçando a necessidade de medidas preventivas.
A vítima de Dourados registrou o boletim de ocorrência e está colaborando com as autoridades. Ela também informou seus contatos sobre o golpe para evitar que caiam em novas tentativas de extorsão. A polícia orienta que, em caso de clonagem, a vítima deve acessar o WhatsApp em outro dispositivo, usar o mesmo número para recuperar a conta e alterar as configurações de segurança imediatamente. Além disso, comunicar o ocorrido a amigos e familiares é fundamental para minimizar os danos.
Para evitar cair em golpes como o de Dourados, especialistas recomendam manter o aplicativo atualizado, evitar clicar em links suspeitos e configurar alertas de segurança. A população também deve denunciar números suspeitos diretamente no aplicativo e registrar ocorrências policiais. Com a digitalização crescente, proteger dados pessoais é tão importante quanto trancar a porta de casa. A polícia de Dourados segue apurando o caso, e novas informações podem surgir à medida que a investigação avança.
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